A CPFL Energia esperava que a compra do controle do Grupo Rede fosse fechada até junho, mas houve uma proposta concorrente dias antes da assembleia de credores.
A CPFL Energia, que firmou compromisso de compra do controle do Grupo Rede Energia em conjunto com a Equatorial, está confiante que o seu plano de recuperação para o grupo será aprovado na próxima assembleia de credores, mesmo depois que a proposta concorrente de Copel e Energisa interessou alguns credores.
A CPFL Energia esperava que a compra do controle do Grupo Rede fosse fechada até junho, mas poucos dias antes da assembleia de credores realizada na quarta-feira, Copel e Energisa conseguiram garantir participação para apresentar uma proposta concorrente. A decisão sobre a aprovação do plano acabou sendo adiada para 3 de julho.
“Nosso grupo está bastante confiante que vamos conseguir aprovar o plano de recuperação no prazo adequado, que é dia 3 de julho. (Essa suspensão) … dá tempo de o nosso grupo esclarecer todas as dúvidas dos credores”, disse o vice-presidente de Assuntos Corporativos da CPFL Energia, Ricardo Zangirolami, à Reuters, nesta sexta-feira.
A suspensão votada em assembleia foi para que credores possam avaliar ambos os planos apresentados, antes de tomar a decisão de aprovar ou não o plano de recuperação já preparado entre Grupo Rede, CPFL e Equatorial Energia.
Durante a assembleia desta semana, houve divergência entre credores na manifestação sobre qual seria a melhor proposta — além de dúvidas sobre como compará-las.
CPFL Energia e Equatorial têm contrato de compra e venda firmado para a compra do Grupo Rede Energia por 1 real, além de assumir dívidas e realizar investimento inicial de 1,8 bilhão de reais para recuperação operacional e financeira do Grupo.
Copel e Energisa entraram com petição na Justiça para que a proposta de 3,2 bilhões de reais em dinheiro e assunção de obrigações por participações em ativos do Grupo Rede fosse considerada, pedindo concorrência no processo e abertura de informações para que pudessem confirmar a proposta em 60 dias.
Zangirolami disse que houve concorrência no processo antes de o compromisso de compra e venda ter sido firmado e não foi aberta a possibilidade para CPFL e Equatorial de adquirir ativos do Grupo Rede. “A premissa que existia era de que a solução fosse uma para o todo, com todos os ônus e bônus que isso significa”, disse.
O contrato de compra e venda assinado entre CPFL e Equatorial com o controlador do Grupo Rede atual, Jorge Queiroz Jr., prevê que os recursos a serem investidos possam também vir de outra empresa interessada, além das duas que assinaram o compromisso, e por meio da venda de participações majoritárias em concessionárias do Grupo.
Esse ponto chamou atenção de credores durante a assembleia, que disseram que havia sido uma mudança em relação à proposta inicial.
“Isso foi um esclarecimento, porque alguns credores vinham perguntando e o texto que foi colocado agora de esclarecimento no plano é o que consta no contrato de compra e venda”, disse o executivo.
O contrato de compra e venda também ficou público nesta semana. A CPFL disse que as empresas estavam protegidas por sigilo anteriormente e não tinham obrigação de tê-lo divulgado.
A descrição sobre o investimento na proposta tem que mostrar de onde virão os recursos para investir no Grupo Rede. “Então, portanto, ali tem flexibilidade para analisar a melhor forma de trazer dinheiro para a companhia”, disse.
Questionado sobre de onde virão os recursos para investimento no Grupo e se a empresa considera terceiras para realizar os investimentos, Zangirolami disse: “temos os recursos suficientes para fazer frente à aquisição”. Ele não quis dar mais detalhes.
(Exame)