O controlador da Rede Energia, Jorge Queiroz de Moraes Junior, firmou ontem com a Energisa um compromisso de compra e venda de sua companhia.
O acordo ainda precisa ser homologado pelo juiz da 2ª Vara de Falências e Recuperações de São Paulo, onde tramita o processo, para que a transferência do comando seja efetivada.
É um avanço na novela que se tornou a recuperação judicial da Rede, que se estende desde o final de 2012 e, na semana passada, quase terminou em falência devido a um impasse entre credores e o controlador da Rede.
Com uma dívida de cerca de R$ 6 bilhões, essa é a maior recuperação em curso no país e a primeira no setor elétrico.
A Rede tem oito distribuidoras, que atendem 10% da população, principalmente no Norte e Centro-Oeste.
Queiroz, como o controlador é conhecido, negociava a venda do controle, com exclusividade, para o consórcio formado por CPFL e Equatorial Energia.
Mas os credores reclamavam das condições de pagamento. Com o risco iminente de que o processo terminasse em falência, a Energisa convenceu a Justiça a quebrar a exclusividade da CPFL/Equatorial na negociação e apresentou sua oferta.
Na semana passada, os credores aprovaram a proposta da Energisa, que irá pagá-los com descontos menores e em menos tempo. Com essa renegociação, estima-se que a dívida caia para menos de R$ 3 bilhões.
A Energisa informou ter protocolado o plano de recuperação na Justiça ontem. Agora, só depende da homologação judicial (aprovação)para assumir o controle da Rede Energia.
O prazo final dado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para a solução do problema da Rede vence em 31 de agosto.
(Folha de São Paulo)