Equatorial Energia teria R$500 mi para aportar na Celpa

A Equatorial Energia teria 500 milhões de reais para aportar na Celpa e contava com desembolsos da Eletrobras e do BNDES para alcançar um aporte total de 700 milhões a 1 bilhão de reais na empresa, disse à Reuters uma fonte que acompanha as negociações.

“O resto eles queriam pegar de BNDES e Eletrobras que já abortaram, não vão entrar com dinheiro. Eles (Equatorial) queriam a integralização”, disse a fonte.

Segundo a fonte, tanto a Eletrobras quanto o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não estariam dispostos a entrar com recursos novos na empresa do Pará, mas a trocar o dinheiro que a Celpa lhes deve por participação no capital. Por isso, a Equatorial poderia buscar mais recursos no mercado.

A Eletrobras possui 34,79 por cento do capital ordinário da Celpa, e também é credora de 423,5 milhões de reais. Ao BNDES, por sua vez, a Celpa deve cerca de 234,8 milhões de reais.

O plano de recuperação judicial da Celpa, empresa do Grupo Rede Energia, prevê que a paraense necessita de um aporte de pelo menos 650 milhões de reais, a ser feito com a emissão de debêntures conversíveis em ações.

A Equatorial apresentou-se como interessada e vem negociando a compra da Celpa com exclusividade.

A Equatorial também quer um acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para ter uma espécie de “carência” no cumprimento das metas de redução de intensidade e frequência de blecautes até 2015, segundo a fonte.

A ideia seria a empresa não ser penalizada quando descumprir os índices, mas comprometer-se a aplicar o dinheiro correspondente às multas em investimentos para melhorar a qualidade do serviço.

A Equatorial Energia disse que não irá comentar a notícia. A Eletrobras reafirmou que a empresa atuará no processo de recuperação da Celpa como “coadjuvante” e não protagonista no processo, conforme o presidente José da Costa Carvalho Neto disse à Reuters em maio.

O plano de recuperação judicial da Celpa tem que ser aprovado pelos credores da Celpa em assembleia, que ocorreria nesta quinta-feira mas acabou sendo adiada para o dia 21 deste mês, para dar mais tempo às negociações.

(Leonardo Goy | Reuters)

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