Fundos Imobiliários FII são tema de encontro na Anefac

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Explicar para os seus associados o que venha ser o Fundo Imobiliário, nova opção de investimento. Este é um dos objetivos do seminário que abordará a estrutura e funcionamento dos Fundos Imobiliários FII, suas características gerais e legislação, conforme disse nesta quarta-feira ao MONITOR MERCANTIL a diretora executiva da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Ana Cristina França de Souza.

– O objetivo da Anefac é trazer sempre o conhecimento técnico atualizado e criar uma rede de relacionamento entre seus associados. E o Fundo Imobiliário tem sido muito procurado porque é uma nova opção de investimento muito interessante. Então, trouxemos especialistas da área para dar um panorama geral – disse, acrescentando que, nessa modalidade de investimento, o investidor não vai direcionar seus recursos numa empresa, vai usar uma ferramenta que vai possibilitar diluir o risco. E terá um especialista na frente fazendo a gestão. Ao invés de se comprar uma participação direta num imóvel, se compra cotas de um fundo e esse fundo é que vai investir em determinado imóvel ou num portfólio de imóveis.

Para a executiva, o grande gargalo do Fundo Imobiliário gira em torno de seu conhecimento. Segundo ela, as pessoas (investidor) ainda não têm o conhecimento necessário dessa nova opção.

– O evento pretende mostrar os desafios dessa ferramenta para o mercado em geral uma vez que nós não temos essa política de investir em bolsas de valores tão ativa quanto no mercado americano. Então, conhecendo essa ferramenta, se pode elaborar uma estratégia para dimensionar os riscos e ver se esse investimento está de acordo com o seu perfil.

Em sua opinião, essa modalidade de investimento é uma boa opção porque conta com um ativo tangível (imóvel) e tem um risco menor porque é diferente de um fluxo de caixa.

– Você não está comprando uma promessa de retorno de caixa. Está se comprando um ativo que passa a ser sua garantia. Então é um risco menor.

Já a superintendente de Desenvolvimento de Marcado da Comissão de Valores Mobiliário (CVM), Flávia Mouta, explicou que o fundo imobiliário é um condomínio em que os investidores colocam dinheiro e o administrador investe em empreendimentos imobiliários. Segundo ela, esse é um produto diferente dos outros porque atraí pessoa física e conta com um benefício fiscal concedido por lei (isenção no Imposto de renda sobre o ganho de capital).

– É um produto que vem se desenvolvendo muito nos últimos anos, desde 2008 para cá. Hoje, é um produto em crescimento e no estágio em que se encontra é difícil de se falar em gargalo. Ao contrário, está em plena expansão – disse, acrescentando que o Fundo Imobiliário é um produto de fácil compreensão pela população média: “no Brasil há uma cultura latina muito voltada para o imóvel. A população de uma maneira geral, no passado, tinha a idéia de que, se vou investir, vou investir em imóvel. Então, não está se investindo em um imóvel, está se investindo num fundo que investe em imóvel. É um produto que está no imaginário da população e de fácil absorção”.

Flávia Mouta, no entanto, adverte que o investidor precisa tomar os cuidados como qualquer investimento porque é um produto de mercado de capitais. Fez questão de alertar para que as pessoas sempre estejam atentas.

– Não é comprar sem analisar. Tem que ler toda a documentação para ver se é adequado antes de tomar uma decisão de investir.

A superintendente da Susep disse que, quanto ao hedge, fica a cargo investidor. Fazer ou não fazer, segundo ela, é sempre uma opção. Ele (investidor) é quem vai decidir o que melhor no momento.

– O que eu acho importante é o investidor avaliar os pós e contra, ler a documentação do investimento e o risco daquele fundo específico. Acho isso fundamental – disse, enfatizando que o evento promovido pela Anefac serve para explicar o produto para o mercado.

(Monitor Mercantil)

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