O desinvestimento programado pelo governo federal no setor elétrico poderá ser feito através da venda de participação de empresas do grupo Eletrobras em ativos de geração e transmissão não essenciais, afirmou o secretário de planejamento e desenvolvimento energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho.
Segundo ele, a participação em ativos que poderá ser vendida já a partir deste ano ainda não está definida e ainda deve passar pelo crivo da presidente Dilma Rousseff.
Ventura disse durante o Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase) que a venda desses ativos será importante para manter o fôlego de investimentos da Eletrobras.
Na véspera, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou sem citar o nome da Eletrobras que o governo federal estava promovendo ajustes que poderiam implicar na venda de ativos de geração e transmissão de eletricidade.
“Essa é uma política que está sendo desenvolvida para fazer com que a Eletrobras se torne um agente com recursos financeiros para a expansão do sistema”, disse Ventura a jornalistas.
“Não vai se vender a Eletrobras; a empresa participa em várias SPEs (sociedades de propósito específico) de forma minoritária em geração e transmissão. Isso é que está em questão”, disse Ventura, acrescentando que as vendas dos ativos contribuirão para a Eletrobras ter uma situação financeira que permita a companhia entrar em outros empreendimentos.
Segundo uma fonte próxima à Eletrobras e a par do assunto “os estudos ainda são embrionários, mas entende-se que a venda de ativos menores pode ajudar a empresa a fazer novos investimentos, em um momento em que o rating da Eletrobras foi rebaixado”.
A fonte se referiu à decisão da semana passada da agência de classificação de risco Moody´s, que tirou o grau de investimento da companhia.
Procurada, a Eletrobras não respondeu sobre o assunto de imediato.
Além da venda de ativos nas áreas de transmissão e geração, o governo federal se prepara para se desfazer de ativos de distribuição. A prioridade do governo é a venda da Celg, que atende o mercado de Goiás.
A ideia é promover a venda da Celg no último trimestre deste ano. Outras distribuidoras federalizadas e, que estão sob controle da Eletrobras, também podem ser vendidas pelo governo, especialmente aquelas que estão em mercado mais maduros e centrais.
(Rodrigo Viga Gaier e Leonardo Goy | Exame)