O HSBC confirmou, em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras do segundo trimestre, que fechou a venda e toda a sua unidade brasileira para o Bradesco por US$ 5,2 bilhões (cerca de R$ 17,7 bilhões), conforme antecipou o Broadcast. O negócio foi concluído, conforme comunicado da instituição, dia 31 de julho e deve ser concluído até o segundo trimestre de 2016.
O valor final a ser pago pelo Bradesco para o HSBC ainda pode ser ajustado, segundo o documento, para refletir o valor do ativo na conclusão do negócio. Ao se desfazer tanto da operação do varejo como a de atacado, o HSBC reafirma que vai manter uma presença modesta no País com um banco de atacado para atender os clientes internacionais.
“Esta transação proporciona excelente valor para os acionistas e representa a entrega significativa das ações anunciadas em junho”, destaca o HSBC, em relatório.
A venda do HSBC Brasil para o Bradesco depende de aprovações regulatórias. O negócio, antecipado pelo Broadcast em 20 de julho, vai permitir ao banco brasileiro ultrapassar a marca de 30 milhões em clientes e cerca de R$ 1,193 trilhão em ativos, conforme fontes ouvidas pelo Broadcast.
O Bradesco foi tido como favorito a adquirir o HSBC Brasil desde o início. Trata-se de uma das últimas oportunidades de aquisição do varejo bancário no País. Para o Bradesco, adquiri-lo corrobora com a sua estratégia de “estar presente” em todo o território nacional, mas, principalmente, encostar em seu principal concorrente, o Itaú, que encerrou março com R$ 1,295 trilhão em ativos, reduzindo a distância erguida desde a fusão com o Unibanco.
Passam para as mãos do Bradesco, conforme fontes, 5 milhões em clientes e em torno de R$ 160 bilhões em ativos e, com isso, toda a operação de varejo e também de atacado do HSBC. Ao avaliar a operação do HSBC, agradou o Bradesco, de acordo com uma fonte, a plataforma de atacado da instituição no País, em especial, a área de corporate sales, que responde pela área de derivativos, câmbio etc. Toda a unidade gera receitas anuais de R$ 1 bilhão, conforme a fonte. Também atraiu o balcão de seguros, hoje, nas mãos da alemã HDI, e o quadro de talentos do banco, segundo executivos de mercado.
(Aline Bronzati | Exame)