IPCC e a escalada de competitividade das empresas rumo ao carbono zero

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O parecer divulgado pela área da Organização das Nações Unidas (ONU) que avalia as mudanças climáticas, o IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change), mostrou os efeitos das ações humanas no planeta e apontou alternativas para minimizar os seus impactos.

Uma das maneiras de mitigar os danos é moderar a emissão de gases como o carbono. Por isso, explicaremos adiante como funciona o mercado de créditos de carbono e o que as empresas podem fazer para reduzir e compensar as emissões desses gases, guiadas pelas metas da ONU e pelas demandas do mercado financeiro. Confira!

O que é o IPCC

O IPCC é um órgão da ONU criado para elaborar estudos relativos às mudanças climáticas. O IPCC existe desde 1988 e pode ser traduzido como Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. Seus objetivos são gerar relatórios para guiar autoridades em relação às implicações das mudanças climáticas e como indicar os riscos futuros e as alternativas de mitigação de danos.

Nesse contexto, o IPCC forneceu um parecer no dia 9 de agosto de 2020, o qual seria a primeira parte de um relatório mais abrangente, cuja emissão está prevista para 2022. O documento apresenta cenários decorrentes da emissão de gases do efeito estufa (GEE), tais comoo dióxido de carbono (CO2).

Em todas as hipóteses, por volta de 2030, a temperatura mundial ficaria 1,5 ºC mais quente em relação à era pré-industrial. Esse limite também poderia ser superado antes de 2050 e chegaria a mais 2 ºC caso as emissões de gases do efeito estufa não sejam reduzidas de maneira drástica.

No entanto, em um quadro mais positivo, seria possível manter o aumento da temperatura em 1,5 ºC se as emissões de gases estufa fossem reduzidas de maneira rápida, sustentada e em grande escala.

Como o mercado de carbono funciona

Podemos destacar o crédito de carbono como uma solução sustentável para pessoas e empresas que têm como objetivo mitigar os danos decorrentes das mudanças climáticas. Esse certificado é gerado quando uma tonelada de carbono deixa de ser emitida para a atmosfera.

Assim, o crédito é comercializado no mercado regulado ou voluntário de carbono, de forma que aqueles que não alcançaram metas de redução de GEE consigam compensar as emissões por meio da compra dos créditos. Além disso, o mercado financeiro está cada vez mais atento às empresas de baixo carbono, em uma conjuntura de destaque para as práticas ESG.

No Brasil, a comercialização voluntária desses créditos acontece por meio de sistemas de compensação, a exemplo do Volunteer Emissions Reductions (VERs), que possibilita a realização de pequenos projetos e conta com empresas reguladoras.

No mercado regulado europeu, o preço do carbono alcançou mais de 50 euros por tonelada em maio deste ano, devido à adoção de políticas ambientais mais sólidas na região e ao aumento da exigência de certificados de carbono por parte dos investidores. O valor foi 175% maior do que o registrado no mesmo período no ano passado.

Quais ações podem ser desenvolvidas pelas empresas nesse mercado sustentável

Com isso, as corporações ganham incentivos para se posicionarem nesse mercado ao implementarem iniciativas de redução de emissões de carbono, estabelecerem metas de compensação e mapearem as oportunidades disponíveis.

Entre os exemplos, podemos citar o da Natura, que compensou 3,6 milhões de toneladas de gases entre 2007 e 2018, gerando um. benefício de R$ 1,6 bilhão para a empresa do ramo de cosméticos. Além disso, em 2019, a companhia aplicou R$ 33,5 milhões em comunidades afetadas e englobou 38 projetos que geraram créditos de carbono.

Outro caso interessante é o da Irani Papel & Embalagem, empresa de celulose e papel que já ganhou R$ 16 milhões com a venda de crédito de carbono, considerando seus dados de comercialização até 2018. Uma das empresas com a qual a Irani negociou foi o Itaú, que comprou 60,3 mil toneladas para compensar as emissões de 2018. O banco também vem aumentando as compensações e reverteu 98 mil toneladas naquele ano.

O Brasil se comprometeu a realizar o reflorestamento de 12 milhões de hectares com o Acordo de Paris. Além disso, o país também assinou o Desafio de Bonn, em que 39 nações se colocaram à disposição para reflorestar 350 milhões de hectares até 2030.

É importante citar também o potencial financeiro de iniciativas de preservação ambiental de áreas como a da Amazônia. Uma estimativa dos líderes do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds) aponta que os créditos de carbono oriundos da preservação da região poderiam resultar em US$ 10 bilhões ao ano.

Conte com as soluções da Apsis

O compromisso da Apsis é orientar com excelência os clientes em relação à melhor maneira de identificar, mensurar, gerir e otimizar os seus valores. Diante da necessidade de as empresas participarem da escalada rumo à economia de baixo carbono, oferecemos serviços como a negociação de créditos, a identificação de projetos e o mapeamento de oportunidades.

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