Lafarge e Holcim chegam a acordo sobre fusão

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As cimenteiras francesa Lafarge e suíça Holcim chegaram a um novo acordo para prosseguir com a fusão de seus ativos, anunciaram nesta sexta-feira os conselhos de administração de ambas. Os colegiados determinaram que Bruno Lafont, hoje presidente da Lafarge, não será mais o executivo-chefe da nova empresa, mas dividirá a presidência do conselho com Wolfgang Reitzle, da Holcim.

Além disso, os novos termos incluem mudança na relação de troca de ações necessária para a união. Antes, a proporção era de 1 para 1, mas agora será de 9 papéis da suíça para cada 10 da francesa. Com essa estrutura, a maior parte do controle da companhia após a fusão — que se chamará LafargeHolcim — ficará nas mãos da Holcim, quem contribuiu mais com o resultado agregado nos últimos trimestres.

O nome do presidente-executivo do grupo após a fusão será escolhido depois que a união dos ativos for consolidada, informaram os conselhos.

As alterações no contrato original ainda precisam ser aprovadas pelos acionistas. Em 7 de maio, uma assembleia geral extraordinária da fabricante suíça de materiais de construção vai deliberar sobre o assunto. Os investidores também precisam dar sinal verde para um dividendo extraordinário proposto, de uma ação da nova empresa para cada 20 detidas após a combinação dos negócios.

“Estou muito contente em dizer que agora somos capazes de prosseguir com nosso projeto de criar uma líder global em materiais de construção”, declarou Reitzle em nota. “Eu e Lafont vamos trabalhar em conjunto para garantir que a criação de valor potencial dessa fusão será realizada em benefício de todos os acionistas”.

No domingo, a Holcim enviou carta à Lafarge paralisando o processo de união. A suíça, além de questionar a relação de troca de ações na época, também teria dúvidas da capacidade de Lafont como executivo para entregar as promessas de sinergias entre os dois grupos, segundo a imprensa internacional. Segundo o comunicado de hoje, os principais investidores de ambas já aprovaram as alterações.

Em sua fala, o presidente da Lafarge não comentou sobre as exigências da outra parte da fusão e preferiu dar uma declaração mais burocrática. “Estamos criando um novo líder no setor de materiais de construção para focar nos clientes e na inovação. A nova companhia vai juntar o melhor das equipes da indústria com a força de nossas empresas combinadas”, disse.

Apesar de o novo acordo ter demorado menos de uma semana para ser costurado, o incidente atrasou o processo. A expectativa inicial era concluir a combinação no primeiro semestre, mas agora o prazo foi estendido para julho. O novo contrato prevê ainda que Beat Hess, vice-presidente do conselho da Holcim atualmente, assumirá o mesmo posto no colegiado da LafargeHolcim.

Os papéis de ambas reagiram ao acordo. Há pouco, as ações da Lafarge avançavam 2,92% na bolsa de Paris, cotadas em 64,12 euros, enquanto as da Holcim ganhavam 1,32%, cotadas em 76,80 francos suíços, ou cerca de US$ 77,39.

(Valor)

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