Brasil Foods diz estar pronta para negociar com Cade
Até o começo desta semana, a perspectiva da Brasil Foods era de que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovaria a fusão da Sadia com a Perdigão sem restrições.
Agora, contudo, José Antônio do Prado Fay, presidente da empresa, já não pensa mais assim.
"Eu continuo achando que o Cade poderia aprovar a fusão sem restrições, mas não acredito que isso vá acontecer", diz Fay.
A expectativa do executivo é que a companhia não seja obrigada a tomar um remédio muito amargo, decisão que poderia levá-la a se desfazer de uma de suas duas principais marcas.
No momento, Fay diz que está disposto a negociar, mas garante que não há nenhuma conversa sendo conduzida nesse momento.
Questionado sobre um plano B, ele diz que alugar a marca Sadia não é uma alternativa, já que não seria eficiente. Ele também não acredita que a fusão venha a ser desfeita.
O Cade deve julgar o caso até o final do primeiro semestre.
Investimentos
A média de investimento anual de R$ 2 bilhões da BRF não será cumprida neste ano caso o julgamento demore a ocorrer. Entre janeiro e março deste ano, os investimentos da companhia no Brasil foram de R$ 278 milhões.
"Estamos contingenciando o investimento à espera de uma decisão do Cade. Até agora só investimos 10% da nossa meta prevista", conta Fay.
No final do trimestre, a companhia chegou a um caixa de R$ 3,5 bilhões.
Fay diz que a companhia tem planos de fazer aquisições no exterior no longo prazo para elevar suas vendas de produtos prontos. A ideia é enviar os alimentos processados do Brasil e finalizá-los em fábricas do exterior.
Enquanto o Cade não julgar o processo, qualquer compra no exterior está suspensa.
(Françoise Terzian l Brasil Econômico)