Brigadeiro, o doce nacional, renderá duas fábricas e sete lojas neste ano

A administradora Taciana Kalili engordou 10 quilos nos últimos cinco meses. Amante do vôlei, a empresária de 34 anos, dona da rede de doces Brigaderia, rompeu o ligamento do joelho em março, durante uma partida. Fez uma cirurgia e agora está pronta para voltar a perder as calorias ganhas com seis brigadeiros por dia, além de diversas colheradas de experimentos de novos sabores na fábrica da empresa, em São Paulo. A julgar pelos novos rumos da Brigaderia, a movimentação de Taciana vai além das quadras: a empresa, que contava com apenas uma loja há um ano em São Paulo, deve encerrar 2011 com sete pontos e duas fábricas, uma delas na capital fluminense.

"Agora estou pronta para ficar na ponte aérea Rio-São Paulo uma vez por semana", diz ela, que planeja ter pelo menos quatro pontos de venda no Rio e 10 na Grande São Paulo dentro de dois anos. Em 2011, a expectativa é dobrar o faturamento do ano passado, chegando a R$ 10 milhões. Hoje são cinco lojas na Grande São Paulo e outras duas devem ser abertas até novembro: em Campinas (SP) e no Rio, onde será instalada a segunda fábrica da empresa. O investimento total ultrapassa R$ 500 mil.

A fábrica da Brigaderia em São Paulo produz 10 mil unidades por mês em três turnos: os dois primeiros fazem o brigadeiro e o último, enrola o docinho. "De manhã bem cedo, o motorista sai da fábrica em direção às lojas, para que o doce fique sempre novinho", diz Taciana, mineira de Pouso Alegre. Quando se mudou para São Paulo, em 2009, decidiu fazer por conta própria a festa do marido, o empresário Claudio Kalili, seu sócio na Brigaderia. "Eu e a minha empregada na época, que hoje é minha gerente de produção, fizemos 1,2 mil brigadeiros para 400 pessoas".

O sucesso do docinho na festa, em agosto, levou amigos e conhecidos a fazer pedidos para o Dia dos Professores e para o Natal. "Um dia, me deparei com 40 mulheres dentro do meu apartamento, no Pacaembu, e decidimos que era hora de levar o negócio a sério".

A primeira loja foi inaugurada em março de 2010 no Shopping Market Place, em São Paulo e, na véspera da Páscoa, precisou ser fechada às 16 horas. "Eu não tinha mais produto e a fila chegava na escada rolante", diz Taciana. Hoje, ela mantém uma parceria com uma organização não governamental de Pouso Alegre, a Missão e Amor, que trata homens com dependência química. Cerca de 30 pacientes são contratados pela Brigaderia para confeccionar 8 mil caixas por mês, encapadas em tecido colorido, os mesmos que estampam a decoração das lojas.

A nova investida é o bolo de brigadeiro, com recheio e cobertura dos docinhos, que somam mais de 30 sabores diferentes. A meta é transformar a Brigaderia em uma loja de doces variados, de maior valor agregado, que tenham como tema o chocolate.

(Daniele Madureira | Valor)

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