E/Ou MRM mira liderança de mercado

Interessada em big data, McCann Worldgroup adquire E/Ou, que mantém principais executivos e cerca de 80 funcionários 

A compra da E/Ou pela rede McCann Worldgroup, anunciada na tarde desta terça-feira, 19, coloca fim à busca da rede por uma operação forte de CRM no Brasil.

A agência dos sócios locais Fabio Caldeira de Souza, Eduardo Rodrigues e Eduardo Soutello – que mantém participação minoritária na operação – será integrada à MRM, mas terá um papel preponderante, mantendo seus principais executivos e todos os cerca de 80 funcionários.

O novo nome da companhia será E/Ou MRM. A “antiga” MRM terá alguns poucos profissionais aproveitados e sua principal herança será a carteira de clientes, com nomes como GM, Nike e Regus. 

Na era do big data, os executivos globais da rede do grupo Interpublic haviam definido há algum tempo que o crescimento meramente orgânico da operação brasileira da MRM – que teve como seu último presidente Fernando Tassinari, executivo que deixou o cargo há quatro meses – já não era mais suficiente para atender às necessidades de crescimento da rede nesse segmento. Por isso, a decisão de partir para uma aquisição.

“O objetivo da aquisição é impor velocidade à conquista de volume de mercado. Às vezes podemos fazer isso com crescimento orgânico, mas nesse caso, entendemos que o melhor era uma aquisição”, explica Pablo Walker, presidente da rede para a América Latina e Caribe. “É uma questão de ganhar rapidez. O Brasil é um mercado-chave para a operação global e precisávamos de uma posição mais forte e com maior rapidez”, afirma John Burleigh, CFO global da MRM, que esteve no País para o anúncio do sucesso da negociação que ajudou a conduzir.

Ambos ressaltam que, além do objetivo financeiro, o casamento da cultura da MRM com a E/Ou foi determinante para o desfecho favorável. As empresas já atuaram em parceria em projetos como de General Motors, o que ajudou a aproximar os dois lados. Recentemente, as contas de Santander e Chevrolet migraram da MRM para a E/Ou, o que já era um indício da aquisição.

Outro fator preponderante é o interesse da rede McCann em big data, este, motivo alegado para a fusão entre Publicis e Omnicom. “Este tipo de conhecimento é fundamental e estratégico para nós”, acrescenta Walker.

Uma das cinco maiores empresas do setor de marketing direto, a E/Ou MRM pretende perseguir a liderança do mercado. Embora não haja um ranking oficial, alguns dos principais nomes são Pepper, Wunderman e OgilvyOne. “Vamos unir o melhor de 10 anos de história da E/ou com a força global da marca MRM”, resume Burleigh.

A McCann Worldgroup tem em sua estrutura as empresa WMcCann, Preview, Momentum, S2 Publicom (parceira local das marcas de RP Weber Shandwick e a Golin Harris), Future Brand e, agora, E/Ou MRM. “Consideramos que, agora, estamos completos”, afirma Pablo Walker, presidente da rede para América Latina e Caribe.

Ele diz estudar três opções para o estabelecimento de uma segunda agência de publicidade, para fazer companhia à WMcCann na rede: lançamento de uma startup, aquisição ou spin-off de parte da agência para a criação da outra.

(Felipe Turlão | Fusões e Aquisições)

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