Purcom investe em nova fábrica para atender demanda interna

SÃO PAULO – A Purcom, especializada em produtos e serviços para a formulação de aplicações de poliuretano (PU), vai construir uma nova fábrica para atender à forte demanda no mercado interno. O grupo nacional, com sede em Barueri, na Grande São Paulo, adquiriu o terreno em Araçariguama, no interior do Estado, onde será erguida a futura unidade da companhia.

A expectativa é de que a nova fábrica entre em operação a partir de 2013, com aporte de R$ 8 milhões. "Quando a nova unidade estiver em operação, vamos desativar a atual fábrica [que ocupa uma unidade alugada]", afirmou Moa Palmeira, diretor-sócio da Purcom.

Os investimentos em uma nova fábrica refletem o crescimento do consumo de PU no Brasil, puxados pelos setores de construção civil e infraestrutura, além dos mercados já consolidados, como automobilístico, linha branca (geladeiras) e mobiliário (colchões).

A atual instalação da Purcom tem uma produção de 1,2 mil toneladas por mês de sistemas para a formulação de aplicações de poliuretanos, mas a capacidade total é o dobro, atingindo até 2,5 mil toneladas mensais. Com a nova unidade, a capacidade saltará para algo entre 4 mil a 5 mil toneladas/mês. "Estamos de olho no potencial de mercado criado com o programa federal Minha Casa, Minha Vida", disse Palmeira. A empresa, que conta com um centro de tecnologia em Jundiaí (SP), está recebendo um investimento de R$ 9,7 milhões do Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) para seus projetos de pesquisa em tecnologia.

A empresa tem contrato com a companhia Fischer, de Santa Catarina. Nessa parceria, as empresas vão construir a estrutura das paredes dessas casas com PU. "A economia com energia é muito maior", explicou Gerson Silva, também diretor-sócio da companhia e responsável pelo desenvolvimento de novas tecnologias da companhia. Em 2006, a empresa comprou a divisão da americana Arch Químicaque atuava em PU no Brasil, o que permitiu maior ganho de escala à companhia.

Fundada em 2002 por três executivos egressos de multinacionais, além de Palmeira e Silva, também faz parte da sociedade o empresário Giuseppe Santanchè, o grupo é considerado a maior empresa nacional independente de sistemas de poliuretano sob medida, sem ligação com os produtores de matérias-primas. A Purcom adquire a matéria-prima de grandes produtores multinacionais, como Dow, Basf e Bayer, e, ao mesmo tempo, concorre com eles, que também possuem casas de sistemas de PU.

Com faturamento previsto de R$ 105 milhões em 2010 (crescimento de 28% sobre 2009, se confirmadas as estimativas), a Purcom foi responsável pelos revestimentos (tapetes) de ônibus da Marcopolo na Índia.

Nos últimos cinco anos, a Purcom investiu R$ 2 milhões para desenvolver um sistema de produção, denominado Ecomate, que dispensa a utilização do gás HCFC (hidroclorofluorcarbono), o que garante padrões de sustentabilidade à produção.

O gás HCFC, considerado perigoso por destruir a camada de ozônio, já foi condenado em diversos países e deverá ser banido do mercado brasileiro a partir de 2013, como o previsto no Protocolo de Montreal. Atualmente, esse gás ainda é empregado em 90% das espumas de poliuretanos fabricadas no país.

(Mônica Scaramuzzo | Valor)
 

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