Rede da Telebrás chegará ao Sudeste no fim de setembro

A região de Campinas marcará a estreia do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) no Sudeste. O anúncio foi feito ontem por Caio Bonilha, presidente da Telebrás, durante evento realizado pela Amcham Brasil, em São Paulo. Segundo o executivo, a infraestrutura de conexão no entorno do município paulista deve estar pronta até o fim de setembro. Para o mesmo período, ele prevê a conclusão da interligação da rede nacional de telecomunicações (backbone) com a cidade de Imperatriz, no Maranhão.

Com 377 quilômetros de rede, o primeiro trecho do backbone do PNBL interligou municípios de Goiás e regiões do Distrito Federal. O projeto envolve a instalação de pontos de presença da Telebrás, que abrigam os equipamentos ópticos, de infraestrutura, de rede e rádio para a transmissão do sinal digital por meio de fibras ópticas.

De acordo com o plano, as redes de fibras ópticas gerenciadas pela Telebrás devem atingir 30,8 mil quilômetros e 4.283 municípios até 2014. "Teremos mais capacidade, pois estamos negociando com grandes operadoras para usar suas redes", disse Bonilha ao Valor, sem entrar, no entanto, em detalhes sobre esses possíveis acordos.

Para 2011, o executivo confirmou a revisão da meta de fechar o ano com uma cobertura de 150 cidades. A projeção anterior era alcançar 250 municípios. Além dos acordos em andamento para o uso das redes de concessionárias elétricas, como a Eletronorte, ele explicou que iniciativas pontuais de provedores de menor porte devem contribuir para alcançar a nova estimativa. Essas empresas estão começando a levar suas estruturas até os pontos de presença da Telebrás para atender a alguns municípios de sua área de atuação.

Bonilha também reforçou a proposta de concentrar a oferta da Telebrás no atacado, em detrimento da atuação no varejo. "Não vamos nos aventurar na última milha [trecho que liga a central da operadora ao domicílio do cliente]. Nosso papel é estimular a competição nessa ponta. A ideia é que cada cidade tenha ao menos dois provedores". Segundo o presidente da estatal, mesmo em regiões como São Paulo existem cidades com apenas um provedor, especialmente no Oeste do Estado.

Quanto à previsão da estatal receber um aporte de R$ 200 milhões para complementação das redes de transmissão de dados para a Copa do Mundo de 2014, Bonilha observou que o projeto ainda está em fase de estudos, mas que deve ser iniciado pelo Rio de Janeiro, Fortaleza e Porto Alegre.

Em outra frente, a Telebrás está investindo em centros de pesquisa regionais para realizar testes e homologar produtos nacionais. "A proposta é dar visibilidade para as empresas que apostarem em tecnologias do futuro", disse Bonilha. Entre essas possíveis evoluções está a tecnologia LTE (Long Term Evolution, na sigla em inglês), padrão adotado internacionalmente em redes de quarta geração de telefonia celular (4G).

O primeiro laboratório entrará em operação ainda neste ano, no Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc) da PUC-RS, por meio de uma parceria com a universidade. Segundo Bonilha, em curto prazo o plano é investir em outros dois centros. O primeiro deles deverá ser implantado em Fortaleza. "O outro local ainda está sendo estudado, mas temos propostas do Rio de Janeiro, Pernambuco e Espírito Santo", afirmou.

(Moacir Drska l Valor)

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