Toshiba terá centro de design de chips no Brasil

A Toshiba assinou um memorando de entendimentos para a criação de uma joint venture de desenvolvimento de semicondutores no Brasil, firmando uma parceria com o Centro de Pesquisas Avançadas Wernher von Braun e a Semp Toshiba Informática (STI), afiliada brasileira da Toshiba.

A parceria, anunciada na sexta-feira, contará com capital de US$ 4 milhões e será composta com 60% de participação da STI, 30% da Toshiba e 10% do Centro de Pesquisas. A operação será sediada em Campinas, no interior paulista, e iniciará o desenvolvimento de semicondutores para aplicações no país, ao final de março, informou a Toshiba em comunicado.

Segundo declarou no documento o vice-presidente corporativo e diretor-executivo do grupo de dispositivos eletrônicos e componentes da Toshiba Corporation, Shozo Saito, 20 engenheiros brasileiros foram treinados no Japão durante cinco meses. Além disso, engenheiros japoneses treinarão os brasileiros por um ano em Campinas.

A parceria entre a companhia japonesa e o governo brasileiro foi iniciada em abril de 2006, com a adesão do padrão ISDB-T para o sistema brasileiro de TV Digital no Brasil.

"Acreditamos que o momento é certo para uma operação de design em uma joint venture com parceiros-chave", diz Saito. "Estamos ansiosos para o sucesso do estabelecimento do centro de design e operação, e quanto às contribuições que esperamos dessa operação para o cultivo de uma indústria de semicondutores no Brasil."

Diretor-presidente do Centro de Pesquisas Avançadas Wernher von Braun, Dario Sassi Thober destaca que inicialmente o projeto não envolve o plano de evoluir para a etapa da fabricação de chips no país. Um projeto assim, segundo ele, exigiria cerca de 200 fornecedores só de produtos químicos.

"O Brasil não chega a ter dez [fornecedores] e nem todos são qualificados. Investir no design de chips é muito mais seguro e já dá uma margem grande em função da propriedade intelectual", afirma Thober.

O diretor acrescenta que os projetos desenvolvidos não se limitarão a atender à Semp Toshiba e que a aliança funcionará efetivamente como uma nova unidade da companhia. A intenção, explica Thober, é alcançar o mercado da América Latina até o fim de 2011 e expandir para outras regiões do globo.

(Daniela Braun e Moacir Drska | Valor
 

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