Total negocia compra da distribuidora Ale

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Para a francesa, que vai explorar Libra, compra abriria mercado na distribuição. Brasileira não confirma negociação

A francesa Total Lubrificantes está a um passo da compra da mineira Ale Combustíveis, quarta empresa no ranking do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), com faturamento de R$ 9,9 bilhões. Segundo uma fonte do setor, desde agosto a Ale vem “arrumando a casa” para a venda, reduzindo custos com o desligamento de altos executivos da companhia. Além disso, já tem pronto um planejamento para 2014, que inclui o acréscimo de mais 240 postos de combustível no país – hoje são 1.800 – e um crescimento de 12% nas vendas.

Procurada, a Ale informou, por meio de nota, que não confirma as declarações e segue com seu plano de crescimento. Para 2013, diz a empresa, os investimentos são de R$ 155 milhões na ampliação e manutenção da rede de postos, “bem como na infraestrutura e melhoria da logística em todo o país. A empresa chegará, neste ano, ao faturamento recorde de R$ 10 bilhões”, diz a nota.

Mesmo assim, afirma a fonte, a negociação com a Total evoluiu e o valor estimado para a operação de R$ 1,2 bilhão. E sem risco de “fazer água” novamente, como aconteceu em 2011, quando já era dada como certa a venda para a Bunge – do setor de alimentos – em pleno dezembro, o que não aconteceu. A concretização do negócio também leva em conta a dívida de R$ 400 milhões que a empresa brasileira tem como banco Bradesco.

“Para a Total, que está no Brasil atuando na área de lubrificantes e arrematou o campo de Libra, faz todo o sentido ampliar sua participação no país no setor de distribuição. A Ale esteve conversando também com a Petronas. Mas a Total tem mais a ver com esse negócio que está prestes a acontecer”, diz a fonte.

A petroleira francesa ampliou fortemente sua presença no país este ano, com a aquisição de 10 blocos exploratórios na 11ª rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e de 20% no consórcio vencedor do campo de Libra, no pré-sal.

Além das atividades de exploração e produção e lubrificantes, a empresa tem negócios na indústria química, gás e energia. Por ocasião do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, a companhia veiculou este fim de semana uma campanha publicitária para sua linha de lubrificantes.

“É uma empresa que está crescendo no país e faz sentido que que ira entrar no ramo da distribuição”, diz um especialista no setor. “E não há grandes oportunidades em prateleira”, completa. Hoje, o mercado é dominado por três grandes grupos: Petrobras, Ultra/Ipiranga, e Raízen, a joint venture entre Shell e Cosan.

Os controladores da Ale já chegaram a negociar a companhia em outras ocasiões. Rumores sobre briga entre os sócios e o interesse de seu principal acionista, Marcelo Alecrim, em entrar para a política são apontados como razões para avendada empresa. Alecrim, que é dono de 32% da rede de postos de combustível Ale, teria sido convidado a se candidatar às eleições no ano que vem como senador pelo Rio Grande do Norte, seu estado natal.

(Erica Ribeiro e Nicola Pamplona | Brasil Econômico)

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