Mina da Serra do Sul deve começar a produzir em 2016 e alcançar capacidade máxima de 90 milhões de toneladas em 2018.
As obras civis da usina de beneficiamento do maior projeto da história da Vale, no Pará, começam nesta quarta-feira (31/07) sob responsabilidade do grupo Andrade Gutierrez e contribuição de diversas outras empresas, incluindo australianas, informou o executivo responsável pelo empreendimento.
A construtora venceu licitação para as obras civis da planta de processamento de minério de ferro do projeto S11D, o primeiro e mais promissor da Serra Sul, em Carajás, em plena selva amazônica.
O negócio entre Vale e Andrade Gutierrez integra um conjunto de contratações incluídas no investimento de 8 bilhões de dólares para erguer mina e planta de processamento, somados aos US$ 11,6 bilhões necessários para a construção de ferrovia e porto, num investimento total de históricos US$ 19,6 bilhões. O valor do contrato entre Vale e Andrade Gutierrez não foi informado.
Com 3 mil trabalhadores, o projeto S11D está previsto para iniciar produção em 2016, atingindo capacidade máxima em 2018, de 90 milhões de toneladas, equivalente ao que a Vale já extrai na região, nas minas ao norte da Serra dos Carajás.
A produção total de minério de ferro da Vale no Pará, quando S11D estiver em plena capacidade será de 230 milhões de toneladas, incluindo os 40 milhões de toneladas do projeto Carajás Adicional, que deve ser implantado até o final do ano.
A produção atual do complexo de Carajás é de 109 milhões de toneladas anuais, cerca de um terço de todo o minério que a Vale produz.
Meio Ambiente
Além da Andrade Gutierrez, outras empresas já avançam no canteiro de obras, com inovações que garantiram à Vale a obtenção das licenças ambientais necessárias ao megaempreendimento.
“Para não fazermos a usina dentro da floresta, que é o que impacta a vegetação, o minério vai descer por correias transportadoras num percurso de 9 quilômetros, até a usina, montada em uma área que até então abrigava pasto e já estava desmatada”, afirmou o diretor de Projetos Ferrosos Norte, Jamil Sebe.
Do alto é possível ver que não há vegetação sobre as reservas de minério de ferro, estimadas em cerca de 4 bilhões de toneladas. A mata não cresce sobre o ferro pois não tem como fixar raízes, explica o técnico.
(Sabrina Lorenzi | Brasil Econômico)