Venda do HSBC para o Bradesco está prestes a sair

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O Bradesco passou para a fase final da disputa pelo HSBC Brasil e negocia o ativo com exclusividade, de acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

O banco teria feito oferta vinculante, conforme as mesmas fontes, por toda a operação no País acima do patrimônio líquido do conglomerado, de cerca de R$ 12 bilhões.

O anúncio oficial da venda deve sair até a semana que vem, segundo fonte com conhecimento no assunto.

O Goldman Sachs, que assessora a negociação, estipulou agosto como data final. Neste momento, executivos dos bancos negociam os detalhes da aquisição e a expectativa, conforme fontes, é de que o anúncio ocorra antes da divulgação de resultados do HSBC em Londres, dia 3 de agosto.

O Bradesco deve levar toda a operação do grupo no Brasil e não apenas o varejo. Ao avaliar a operação, chamou a atenção do banco a plataforma de atacado do HSBC no País, em especial, a área de corporate sales, que responde pela área de derivativos, câmbio etc. Toda a unidade gera receitas anuais de US$ 1 bilhão, conforme fonte.

Também atraiu o balcão de seguros, hoje, nas mãos da alemã HDI, e o quadro de talentos do banco, segundo executivos de mercado.

O outro competidor, o Santander, teria ficado de fora da disputa por ter feito uma oferta apenas pelo segmento de varejo, uma vez que já possui a estrutura de corporate sales.

Uma fonte, porém, garante que a proposta do espanhol era para todo o conglomerado. Além disso, outro indício de que o Santander teria ficado de fora, conforme outra fonte, é o fato de o banco ter cobiçado executivos de atacado de outras instituições, inclusive, do HSBC. No fim, teria contratado Mário Leão, do Morgan Stanley.

Na prática, o Bradesco foi tido como o favorito a levar o HSBC Brasil desde o início do processo de venda do banco no País. Fontes de mercado dizem que, antes mesmo disso, já existia uma negociação bilateral com o HSBC.

As conversas não teriam ido para frente, porém, pelo fato de o Goldman Sachs ter oferecido assessoria financeira para tentar conquistar mais recursos pelo ativo. De acordo com fontes, esse esforço não teria sido bem-sucedido já que a negociação voltou para o ponto de partida.

Com a venda do HSBC no Brasil, o banco inglês deve estruturar uma operação de atacado do zero, utilizando a mesma licença ou solicitando uma nova para atuar. Executivos da instituição que podem ficar na nova fase já foram sondados na semana passada, conforme uma fonte. Uma pequena lista foi feita com nomes de candidatos para ser apresentada ao comprador.

Comprar o HSBC, com cerca de R$ 168 bilhões em ativos, segundo o Banco Central, significa para o Bradesco encostar em seu principal concorrente, o Itaú, em ativos, praticamente eliminando a distância erguida desde a fusão com o Unibanco.

Se o comprasse, considerando dados do primeiro trimestre, ultrapassaria a cifra de R$ 1,2 trilhão, perto do R$ 1,295 trilhão do Itaú ao fim de março.

Como em qualquer fusão ou aquisição (M&A, na sigla em inglês), um negócio só é dado como certo após a conclusão do processo de due diligence (investigação e auditoria das informações). Se algo der errado, o Santander ou um novo comprador pode ser requisitado.

Desde o início da venda do HSBC Brasil, fontes dizem que o Itaú só levaria o ativo por um preço abaixo do patrimônio líquido. Procurados, o HSBC e o Goldman Sachs não se manifestaram.

No Bradesco, ninguém foi encontrado para comentar o assunto. O Santander também preferiu não falar a respeito da disputa pelo HSBC. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

(Aline Bronzati | Exame)

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