A segurança e a agilidade das respostas às variadas situações do dia a dia são elementos-chave para o bom desempenho de uma companhia, pois reduzem os gargalos operacionais. E as organizações mais bem-sucedidas em seus segmentos sabem que profissionais devidamente informados conseguem tomar melhores decisões em um menor espaço de tempo.
Efetivamente, os insights com base em dados são essenciais para todos os tipos de negócio. A partir de um exame pragmático e fidedigno da realidade, são maiores as chances de êxito ao fornecer um experiência personalizada para o cliente, lançar um novo produto ao público ou simplificar processos internos. No entanto, na ausência desse modus operandi, oportunidades lucrativas são desperdiçadas, funcionários frustram-se pela limitação em suas atividades e a clientela sofre com morosidade ou falta de soluções para suas demandas.
Segundo o relatório “The New Decision Makers – Equipping Frontline Workers for Success”, publicado pela revista Harvard Business Review (HBR) em 2020, 87% dos 464 executivos entrevistados afirmaram que suas empresas registravam mais resultados positivos quando os colaboradores da linha de frente eram autorizados a assumir uma posição resolutiva no momento propício. Um percentual aproximado (86%) indicou que esses funcionários precisavam de tecnologias adequadas para exercer tal papel decisório com confiança. Além disso, 72% disseram que a produtividade aumentou em consequência da capacitação analítica dos trabalhadores diretamente conectados aos consumidores e fornecedores.
Isso mostra que, em todos os ramos, os empreendimentos capazes de agir com lucidez e habilidade, mesmo em períodos de extrema pressão, são aqueles calcados em um modelo de trabalho mais distributivo, autônomo e alavancado por dispositivos tecnológicos. Corroborando esse entendimento, pelo menos um terço dos respondentes da referida pesquisa alegou que, após investir no aprimoramento do seu capital humano, houve uma significativa evolução tanto no número de clientes quanto no engajamento e na satisfação dos empregados, assim como na qualidade dos serviços e mercadorias oferecidos.
Para as empresas líderes de mercado, uma performance fundamentada em dados é parte crucial de sua estratégia corporativa. Com efeito, elas estão ampliando o investimento em ferramentas digitais e data literacy (alfabetização de dados) para dinamizar sua operação. Dessa maneira, podem identificar seus acertos e erros, antever riscos e definir rapidamente as medidas mais convenientes para o atingimento de suas metas.
Contudo, apesar dos bons indicativos citados, o levantamento da HBR revela que apenas 20% das companhias dispõem de profissionais capacitados e digitalmente bem equipados, e essas se destacam em suas áreas de atuação. No patamar mediano de estrutura, estão 37%; e 43% são retardatárias, com equipe e recursos tecnológicos incipientes para atender às exigências da atualidade.
A boa notícia é que as organizações de 68% dos indivíduos questionados estão apostando em sistema de gerenciamento de banco de dados e inteligência artificial. Entretanto, uma menor porcentagem (46%) está verdadeiramente ensinando os colaboradores a compreender o conteúdo à disposição e aplicar esse conhecimento em sua rotina.
Infelizmente, embora sejam evidentes os benefícios da análise de dados no cotidiano, a mudança de valores e hábitos organizacionais não é tão simples de implementar. Para muitas instituições, implica revisar todo o seu arcabouço funcional e enfrentar a resistência das pessoas pouco familiarizadas com interpretação numérica. Porém, por outro lado, propicia dividendos de longo prazo. Portanto, são necessários treinamentos frequentes que envolvam todos os setores e níveis hierárquicos, de modo a orientar o time sobre a utilização de novas tecnologias, transformar conjunto de dados em informações úteis na prática e facilitar o desenvolvimento de uma mentalidade objetiva, imparcial, flexível e eficiente.
Apesar dos desafios a serem superados, o estudo da HBR explicita o quão vantajosa é a cultura de dados para as corporações. Ignorar a serventia dessa perspectiva é andar na contramão em uma via de trânsito intenso. Logo, as entidades que não se atualizarem terão grandes dificuldades para enfrentar a concorrência.
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