O fundador da Azul SA, David Neeleman, poderá vender uma participação no plano de fidelidade da empresa aérea brasileira por meio de uma abertura de capital ou negociando-a com um investidor privado para levantar fundos durante a crise econômica do país.
“Dinheiro nunca é demais nos momentos difíceis”, disse Neeleman, em entrevista por telefone, sem informar um cronograma.
“Nós temos opções — há muitas pessoas interessadas no nosso programa de fidelidade”.
A abertura de capital do programa de fidelidade TudoAzul poderia ocorrer antes mesmo que a da própria empresa aérea, que começou a operar em 2008 e adiou a venda de ações pelo menos duas vezes devido a quedas nos mercados.
A Azul está buscando novas fontes de recursos pois o Brasil está entrando em uma recessão que, segundo projeção de analistas, será a mais longa desde a década de 1930.
A terceira maior empresa aérea do Brasil não está crescendo tão rapidamente quanto poderia por causa da economia e da suspensão do programa do governo de aviação regional, disse Neeleman, 55, que é CEO da empresa e também criou a JetBlue Airways Corp., com sede em Nova York.
“Nós saímos de algumas cidades”, disse Neeleman, na terça-feira. “É hora de se preparar para a crise, preservar o caixa e atravessar esse momento”.
A abertura de capital do TudoAzul viria depois de decisões similares tomadas de 2010 para cá pelas empresas aéreas rivais Gol e TAM, a unidade brasileira da Latam Airlines Group SA.
Os programas de fidelidade lucram com a venda de milhas para bancos ou hotéis para repasse aos clientes, ganhando com os juros cobrados sobre o dinheiro antes que as recompensas sejam resgatadas pelos clientes.
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(Christiana Sciaudone | Exame)