Até pouco tempo atrás, novos projetos de produção de celulose eram vistos como uma ameaça. A conta era simples: oferta maior que demanda derrubaria os preços da commodity.
Hoje, o setor encara com certa tranquilidade a entrada em operação de duas novas fábricas. Isso porque, segundo dados de mercado, a demanda global pela celulose produzida no País tem crescido cerca de 5% ao ano.
Em maio, entra em operação a expansão da Celulose Riograndense, em Guaíba (RS), com capacidade extra de 1,3 milhão de toneladas, fruto de investimentos de R$ 5 bilhões. A unidade pertencia à Fibria e foi adquirida pela chilena CMPC em 2012.
Embora a fábrica gaúcha seja o único ativo da CMPC no Brasil, o presidente da filial brasileira, Walter Lidio Nunes, lembra que o grupo tem tradição em celulose no Chile, onde tem quatro unidades.
“Provavelmente a nova capacidade deverá atender clientes das fábricas do Chile”, explica.
A expansão da Celulose Riograndense deverá ser a única adição ao parque fabril de celulose global em 2015 e não deve ter grande efeito nos preços da commodity, segundo Carlos Farinha, vice-presidente da Pöyry do Brasil, empresa que acompanha o setor. “O mercado vai absorver isso.”
Já a papeleira Klabin deverá inaugurar no início de 2016 sua primeira fábrica de celulose. O investimento será de R$ 5,8 bilhões na parte industrial.
A unidade ficará em Ortigueira (PR) e terá capacidade de 1,5 milhão de toneladas por ano, dos quais 1,1 milhão de celulose de fibra curta (eucalipto) e 400 mil toneladas de fibra longa (pínus), parte convertida em “fluff” (para produção de fraldas e absorventes).
O mercado não vê a Klabin como ameaça, pois a empresa usará parte da produção para consumo próprio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Exame)