Não julguem. Emitam opiniões. E mesmo assim, ouçam e pensem bastante antes de opinar.
Esta foi uma das principais lições que Luiz Paulo Silveira. Diretor executivo de Avaliações da ANEFAC Rio de Janeiro, sócio e vice-presidente técnico da Apsis Consultoria, recebeu ao longo de sua trajetória.
Para ele o hábito de julgar anda de mãos dadas com a tirania e o poder e não combina com o diálogo e a gênese de pensamentos. Em sua visão. Quem julga alguém ou algo fecha a questão, aprisiona, condena o julgado e inibe a criatividade. “O resultado está aí: um mundo sem criatividade cheio de ‘vale a pena ver de novo'”. Comenta.
A experiência foi aprendida durante um período sabático. Em 1997, o executivo decidiu largar tudo para passar seis meses rodando pela Europa, África e Ásia. Na época, ele era um perfeito workaholic. Como diretor financeiro em uma empresa têxtil. Cumpria uma jornada de 12 a 14 horas por dia. sem contar as reuniões de finais de semana. “Voltei outra pessoa. A convivência em culturas tão diferentes me fez perceber quatro coisas fundamentais que todas tinham em comum o amor pelo país natal a busca pela educação; a necessidade de compartilhar ou comunicar: e o livre exercício do pensamento como catalisa dor de inovações e mudanças. Não tem stress que resista a isso”, garante.
Formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal Fluminense, turma de 1989, o niteroiense trabalhou como engenheiro de fabricação na Standard/Alcatel até 1990, quando passou a dedicar-se ao mestrado em Administração no Coppead UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que durou até 1992.
Depois do mestrado, passou pelo Banco Nacional, pela Owens-lllinois, nos Estados Unidos, e pela Quatrefoil, atual Uncle K. Após o período sabático, tornou-se diretor financeiro em um grupo no setor de saúde e, mais tarde, foi convidado por Ana Cristina França vice-presidente da ANEFAC Rio de Janeiro a juntar-se ao time.
Foi na atual empresa que viveu uma das experiências mais marcantes de sua carreira. Aproveitava um dia de sol na praia quando recebeu uma ligação de Ana Cristina. Ela avisava que na terça-feira de Carnaval teriam uma reunião com um grupo do Citibank, em São Paulo. “Comecei a rir achando que era pegadinha. Não era. A operação era a fusão da Ambev com a lnterbrew, que nos rendeu muito trabalho nos anos subsequentes”, conta. Segundo ele, foi a experiência profissional mais rica da sua vida, envolvendo avaliações dentro e fora do Brasil.
Atualmente, as lições mais importantes vêm de Ricardo Monteiro, sócio principal da empresa. “Ele é um verdadeiro sábio, muito otimista e empreendedor. Quando você tem um chefe que admira e confia, o trabalho prospera e dá frutos naturalmente”, comenta.
Foi ao lado de Ana Cristina a quem se refere como amiga-irmã” que Luiz Paulo chegou à ANEFAC. “A princípio achamos que seria mais uma associação com seus grupos e feudos particulares, mas freamos encantados com o foco na troca de conhecimento e experiências, o alto nível profissional dos associados, além da agilidade e disponibilidade para colocar ideias em prática”, avalia.
Nos momentos de lazer, além de torcer para seu time de coração – o fluminense, Luiz Paulo reveza o tempo livre entre o mar e a serra. “Adoro minha cidade natal, Niterói, com a bela vista que temos do Pão de Açúcar e do Cristo Redentor”, diz.