CPC 27 e teste de impairment: o tratamento contábil dos ativos imobilizados

CPC 27 e teste de impairment: o tratamento contábil dos ativos imobilizados

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O Pronunciamento Técnico CPC 27, emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), estabelece as normas para o reconhecimento, a mensuração e a divulgação dos ativos imobilizados por uma empresa em suas demonstrações financeiras.

Entre as principais disposições do CPC 27, está o teste de impairment − também conhecido como teste de recuperabilidade −, cujo objetivo é avaliar se o valor contábil de um ativo imobilizado ultrapassa o seu valor recuperável. Assim, visa garantir que os bens estejam registrados em um montante que reflita sua capacidade de gerar benefícios econômicos futuros.

Conceito de impairment

O CPC 27, alinhado às normas internacionais, define impairment como a redução no valor recuperável de um ativo. Ou seja, trata-se da perda de valor de um bem, de modo que seu valor contábil líquido (valor contábil menos depreciação acumulada) seja superior ao seu valor recuperável.

O valor recuperável é a maior quantia entre o valor justo líquido de despesas de venda e o valor em uso de um ativo.

O valor justo líquido de despesas de venda é o preço pelo qual o ativo poderia ser vendido, em uma transação livre entre as partes interessadas, deduzindo-se os custos da comercialização.

O valor em uso é o valor presente dos fluxos de caixa futuros esperados com a utilização do ativo, descontados a uma taxa de juros apropriada.

O teste de impairment, portanto, compara o valor contábil do ativo com seu valor recuperável, determinando se é necessário realizar uma redução no valor contábil.

Metodologia do teste de impairment

O teste de impairment deve ser realizado sempre que houver evidências de que o ativo possa estar com seu valor recuperável inferior ao valor contábil líquido. Essas evidências podem ser internas ou externas.

As evidências internas incluem:

  • Alterações nas condições econômicas ou tecnológicas;
  • Alterações nas expectativas de uso do ativo;
  • Alterações no valor do ativo;
  • Alterações nas condições físicas do ativo.

As evidências externas incluem:

  • Quedas significativas no valor de mercado de ativos semelhantes;
  • Mudanças nas taxas de juros ou inflação;
  • Alterações na legislação ou regulamentação.

A metodologia do teste abrange a avaliação de ativos individuais ou de unidades geradoras de caixa. Quando houver evidências de impairment, o valor contábil líquido do ativo deve ser reduzido até o seu valor recuperável. Nas demonstrações contábeis, essa redução é contabilizada como uma perda de impairment.

Aplicabilidade do CPC 27 às empresas brasileiras

O CPC 27 é aplicável a todas as empresas brasileiras que preparem demonstrações contábeis em conformidade com as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBCs). E o teste de impairment deve ser realizado, no mínimo, ao fim de cada exercício social. No entanto, pode ser feito com maior frequência, se necessário.

Tal ferramenta é importante para garantir que os ativos imobilizados sejam registrados pelo seu valor real. Dessa maneira, a aplicação adequada do teste de impairment ajuda as organizações a assegurarem que suas demonstrações contábeis sejam mais confiáveis e relevantes para os usuários. Ele exige que as companhias avaliem continuamente a recuperabilidade de seus ativos, refletindo as condições econômicas em constante mudança.

Conclusão

O teste de impairment é um importante instrumento para garantir a confiabilidade das demonstrações financeiras. Ao realizá-lo, a empresa avalia se o valor contábil de seus ativos imobilizados está correto.

No contexto brasileiro, o CPC 27 desempenha um papel crucial no gerenciamento de riscos e na tomada de decisões estratégicas. Ao identificar a necessidade de reduzir o valor contábil de ativos, as organizações podem ajustar seus balanços de forma mais precisa, fornecendo informações mais confiáveis aos stakeholders.

Em suma, o CPC 27 e o teste de impairment representam mecanismos essenciais para garantir a fidedignidade das informações contábeis, promovendo a sustentabilidade e a responsabilidade na gestão do patrimônio das empresas brasileiras. A aplicação diligente dessa norma contribui para uma contabilidade transparente e alinhada aos padrões internacionais, fortalecendo a confiança dos investidores e demais partes interessadas.

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