As fabricantes de estruturas para construção civil Dânica e Zipco anunciaram fusão nesta segunda-feira, em uma operação que envolveu a gestora Pátria Investimentos e que cria uma companhia com faturamento anual de cerca de 600 milhões de reais.
O principal público alvo do grupo que produz estruturas metálicas e painéis termoisolantes (usados para substituir paredes de alvenaria) é a construção civil, com foco em shopping centers, galpões, supermercados, instalações da indústria farmacêutica e câmaras de armazenagem.
A nova empresa surge com sete fábricas, das quais uma no Chile e outra no México. No Brasil, as unidades fabris estão localizadas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Santa Catarina. Segundo executivos da DânicaZipco, o objetivo da união é explorar a demanda do mercado por maior eficiência e redução de custos, exigência que pode atendida com estruturas premoldadas. “A ideia é reduzir custos e prazos”, disse à Reuters Steffen Nevermann, diretor-geral da Dânica e agora presidente da DânicaZipco. Usadas de forma conjunta, as estruturas poderão reduzir em até 40 por cento o tempo de execução de uma obra, afirma a empresa.
Com sede em Joinville (SC), a Dânica surgiu especializada em câmaras frigoríficas. Com a desaceleração desse mercado, a companhia se diversificou para a indústria da construção, segmento que respondeu pela maior parte da sua receita de 477 milhões de reais em 2014. Nos últimos cinco anos, participou da construção de 44 shopping centers. A companhia terá 43,5 por cento do capital do novo grupo.
Já a Zipco foi desenvolvida numa incubadora de empresas na Universidade Federal de Recife (PE), sua cidade sede. Teve receita de 131 milhões de reais em 2014. Seu presidente e fundador, Luiz Priori, é o diretor de operações do novo grupo.
A Zipco tem o Pátria Investimentos como sócio desde 2011. Luciano Fonseca, sócio do Pátria e diretor financeiro da Zipco, terá a mesma função na nova companhia.
Juntos, Zipco e Pátria terão 56,5 por cento do grupo. O valor investido pela gestora na fusão não foi revelado. Segundo Fonseca, um desinvestimento da companhia nos próximos anos tenderia a acontecer por meio da venda de participação no negócio a um sócio estratégico.
“Não estamos pensando num IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) neste momento”, disse Fonseca.
De acordo com os executivos, os efeitos da retração da economia brasileira sobre a construção civil, que tem sido um dos setores mais ativos no país nos últimos anos, deve pressionar as empresas a buscarem maior eficiência, usando soluções que já são mais disseminadas no exterior, como os premoldados.
Um levantamento divulgado pela companhia aponta que os premoldados são usados em cerca de 92 por cento das construções no Japão, 73 por cento na Grã-Bretanha e 55 por cento nos Estados Unidos. No Brasil, esse percentual é de 16 por cento.
“Com o atual momento da construção no Brasil, os clientes têm buscado mais eficiência e menores custos”, disse Fonseca.
Segundo Nevermann, a oportunidade de ganho de escala é grande, dado que o setor no país é bastante fragmentado. A líder neste segmento de premoldados é a Medabil, também brasileira. Juntas, Medabil e DânicaZipco respondem por cerca de um quarto do mercado no país.
(Exame)