Previ quer ao menos dobrar investimento em private equity em 3 anos

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 A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, quer mais que dobrar seus investimentos em private equity nos próximos três anos, o que elevaria seu capital comprometido de 1,8 bilhão para quase 4 bilhões de reais.
 
Com patrimônio de 167 bilhões de reais, o maior fundo de pensão do país pode superar este objetivo, segundo a gerente executiva de Investimentos Estratégicos, Fernanda Ossaille. “Nossa intenção é aumentar cada vez mais nosso percentual no segmento estruturado”, disse em entrevista à Reuters.
 
Do montante de 1,8 bilhão de reais de capital comprometido pela Previ em fundos de participação, cerca de 900 milhões já foram investidos. São aproximadamente 22 fundos com aportes em 100 empresas de vários setores.
 
A fundação está interessada em setores como infraestrutura, educação, saúde e varejo. Segundo Fernanda, os novos fundos no mercado tendem a combinar diferentes setores no mesmo portfólio. “Antes havia mais fundos setoriais específicos, mas agora os gestores escolhem três ou quatro setores e mesclam”, disse.
 
O segmento de energia, especificamente, tem menor apelo para o Previ porque sua exposição a este setor já é satisfatória, segundo ela.
 
Atualmente, parte dos fundos de participações em que a Previ investe está começando a entrar na fase de desinvestimento, com prazo restante de quatro anos para concluir a saída. Por isso, não há vendas de participação ou aberturas de capital à vista.
 
COMITÊ DE INVESTIMENTOS
 
Assim como outras fundações de grande porte, a Previ considera entrar em fundos de private equity sem comitê de investimentos, diferente do padrão visto historicamente nesta indústria. Segundo Fernanda, a Previ está estudando cerca de cinco fundos com este modelo, e deve tomar uma decisão ainda neste ano, com efetivação no início do ano que vem.
 
“O fato de um fundo não ter um comitê de investimento não é mais uma barreira para nós”, disse. Isso se deve ao grande porte dos investimentos da fundação neste setor, o que dificulta o acompanhamento de todos os comitês em que participa.
 
Outro fator chave para a mudança, segundo Fernanda, é a maior maturidade da indústria de private equity brasileira, que já conta com gestores de alto nível e histórico de desempenho comprovado.
 
“Podemos escolher não apenas gestores que trabalham com a Previ, mas outros, inclusive alguns que já trabalham sem comitê atualmente”, disse.
 
Para adotar o novo modelo, a fundação pretende criar regras que permitam a destituição de gestores pouco eficazes e comitês de acompanhamento dos investimentos, como ocorre no exterior. “É totalmente viável que isso venha acontecer dentro de um período curto. Vemos isso com bons olhos.”
 
A iniciativa é uma tendência no setor. Recentemente, a Funcef, dos funcionários da Caixa Econômica Federal, afirmou à Reuters que estreia este modelo ainda este mês, com um fundo de 1,5 bilhão de reais da Caixa e do Banco Espírito Santo.

(Natalia Gómez | Reuters)

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