O propósito maior de todo empreendedor é ver o seu negócio prosperar e alcançar patamares mais altos. Em algum momento, surge a oportunidade de expandir a atuação no mercado, buscar novos horizontes ou simplesmente realizar outros sonhos. É aí que uma grande dúvida emerge: como aumentar as chances de vender uma empresa ou atrair investidores para impulsionar o progresso do empreendimento?
Em tese, a resposta é fácil: um processo estruturado de M&A (mergers and acquisitions – em português, fusões e aquisições). Contudo, esse é um passo crítico, capaz de moldar o futuro e determinar o sucesso das organizações. Sendo assim, devemos estar atentos à sua complexidade para não incorrermos em erros evitáveis.
Processo de M&A estruturado vs. desestruturado
Vender uma companhia ou buscar investimentos não é tarefa simples. Envolve diversos fatores, desde a avaliação global do negócio até a captação de potenciais compradores ou investidores. Dessa maneira, um processo estruturado de M&A pode oferecer muitas vantagens se comparado a uma operação desordenada, como descrito a seguir.
1. Processo estruturado
Um processo de M&A estruturado caracteriza-se pela presença de metodologia, expertise e transparência. Abaixo, listamos seus principais elementos.
- Avaliação completa da empresa: análise mercadológica, financeira, legal e fiscal.
- Definição de objetivos: determinação do valor da empresa, do tipo de comprador ideal e da estratégia de venda.
- Preparação da empresa para venda: organização da documentação, criação de materiais de marketing e treinamento da equipe.
- Identificação e qualificação de potenciais compradores: busca ativa por empresas e fundos de investimento com interesse no negócio.
- Due diligence e negociação: estudo técnico detalhado sobre os aspectos (internos e externos) que afetam a transação, de modo a garantir o melhor acordo para ambas as partes.
De tal maneira, tem-se uma visão ampla e ajuizada tanto das condições que agregam valor à companhia quanto das debilidades operacionais que precisam ser corrigidas.
Vejamos alguns dos benefícios desse enfoque:
- Maior valor para a empresa
Uma avaliação meticulosa leva em conta todos os ativos e passivos, o potencial de crescimento e o desempenho financeiro do negócio. Isso possibilita obter um preço justo pela empresa-alvo.
- Maior atração de potenciais compradores/investidores
A utilização de metodologias consagradas por profissionais especializados em transações de M&A transmite credibilidade, o que atrai potenciais compradores ou investidores.
- Entendimentos mais eficazes
Informações confiáveis e claras evitam retrabalhos, atrasos e disputas legais comuns em transações desorganizadas. Elucidar expectativas e prazos reduz a incerteza para todas as partes envolvidas, acelerando a tomada de decisão.
- Redução de riscos e incertezas
A correta due diligence permite a identificação e a mitigação de riscos antes que eles se tornem entraves para o negócio. Isso inclui questões legais, financeiras e operacionais. Uma abordagem perspicaz e metódica é essencial para que transação seja concluída com segurança e tranquilidade.
- Agilidade e eficiência
Com um planejamento pormenorizado e um cronograma bem definido, o processo de venda ou captação de investimentos é realizado de forma mais rápida e eficiente. Os eventuais obstáculos são previamente verificados e superados, o que facilita a previsibilidade e a fluidez da transação.
2. Processo desestruturado
Em contraste, um processo desestruturado pode suscitar vários transtornos, como exemplificado abaixo.
- Subvalorização da empresa: dificuldade de determinar o valor real do negócio e acordar um preço justo.
- Perda de tempo e recursos: processo lento e ineficiente, com maior possibilidade de erros e atrasos.
- Falta de profissionalismo: imagem negativa da empresa frente a potenciais compradores e investidores.
- Riscos legais e fiscais: documentação incompleta ou inconsistente pode gerar problemas futuros.
Dados relevantes
Consoante um estudo da PwC Brasil, 70% das empresas que realizaram M&A com um processo estruturado foram bem-sucedidas na transação. Em contrapartida, apenas 30% das companhias que adotaram a alternativa desestruturada alcançaram seus objetivos.
A mesma fonte relatou o seguinte: 92% dos executivos cujo último desinvestimento criou valor procederam à apropriada buy-side due diligence. E 99% contaram com metodologia formal para essa finalidade.
Segundo a McKinsey & Company, até 80% das fusões e aquisições não conseguem gerar o valor esperado para os acionistas. Entre as causas comuns, estão ausência de foco estratégico e due diligence inadequada.
Conforme a Ernst & Young, organizações que assumem um processo estruturado de venda têm 63% mais chances de atingir suas metas em relação àquelas que não o fazem. Além disso, um relatório da Deloitte mostrou que 82% dos investidores preferem se envolver em transações estruturadas, devido à maior transparência que elas disponibilizam.
O Instituto de Finanças Internacionais (IIF) revelou outro dado importante: em média, empresas em um processo estruturado de venda ou captação de investimentos experimentam uma redução de 35% no tempo necessário para concluir a transação, em comparação com condutas desestruturadas.
Conclusão
A venda de uma empresa e a captação de investidores são decisões extremamente importantes, por isso exigem planejamento, conhecimento especializado e acompanhamento conjuntural cuidadoso. Um processo estruturado de M&A, conduzido por profissionais capacitados, aumenta significativamente as chances de sucesso da transação, maximizando o valor do negócio e assegurando um resultado positivo para todas as partes envolvidas.
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