ALL-Rumo será julgado dia 11 pelo Cade

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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deverá analisar a fusão entre América Latina Logística (ALL) e Rumo, do grupo Cosan, na próxima quarta-feira, 11.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o órgão antitruste poderá limitar a atuação da Raízen, joint venture entre Shell e Cosan, com atuação em distribuição de combustíveis e líder na produção de açúcar e etanol no País.

A expectativa sobre uma decisão definitiva sobre o caso ALL-Rumo é grande. Na quinta-feira, 5, as ações da ALL encerraram com alta de 21,4%, a R$ 4,42.

Os papéis da Cosan Logística subiram 27,9%, a R$ 2,70. A forte alta reflete as apostas do mercado de que a fusão poderá ser aprovada, mesmo com restrições.

A preocupação é que a Raízen não seja beneficiada em relação aos concorrentes. Medidas comportamentais já teriam sido debatidas entre o órgão antitruste e as companhias, de acordo com fontes a par do assunto.

Empresas e associações de produtores de grãos, que se manifestaram contra a união, sugerem restrições mais severas, como venda de ativos e entrada de operadores ferroviários independentes.

No dia 9 de dezembro, a Superintendência-Geral do Cade recomendou ao tribunal do órgão antitruste a impugnação da operação, indicando em seu relatório preocupações concorrenciais sobre a fusão.

O conselheiro Gilvandro Araújo foi nomeado relator desse caso. Araújo foi o conselheiro que reprovou a compra dos ativos da Solvay no Brasil e na Argentina pela petroquímica Braskem, em novembro do ano passado.

Nas últimas semanas, advogados das duas companhias intensificaram diálogos com o órgão antitruste para esclarecer qual será o papel da nova companhia, formada a partir da união entre Rumo e ALL, para afastar preocupações concorrenciais identificadas.

Reclamantes

Desde julho passado, quando o caso da ALL-Rumo deu entrada no Cade, foram apresentadas quase 15 impugnações – manifestação de terceiros interessados na operação.

Além de associações de soja e tradings, produtores de papel e celulose, como a Fibria, se pronunciaram sobre o caso.

Fontes a par do assunto informaram à reportagem que a união entre ALL-Rumo não reduziria o transporte de grãos pela malha ferroviária. Pelo contrário.

“A Rumo é a única empresa que possui um terminal que atende a diversas companhias de soja. As tradings possuem terminais próprios”, disse uma fonte.

Procuradas, ALL e Cosan não comentam. O Cade confirmou que o caso foi colocado na pauta do dia 11. No entanto, esclareceu que algum conselheiro poderá pedir vistas do processo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

(Mônica Scaramuzzo | Exame)

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