Accor amplia rede de hotéis temáticos

Grupo francês vai dobrar número de unidades da bandeira Ibis Styles no Brasil neste ano. Investimento da companhia por meio de parceiros chega a R$ 700 milhões apenas no Rio.

Com menos de um ano no Brasil, a bandeira Ibis Styles, do grupo hoteleiro francês Accor, vai dobrar de tamanho no país em 2015, com a inauguração de mais cinco unidades nas cidades de Porto Alegre (RS), Umuarama (PR), Ribeirão Preto (SP), Ponta Porã (MS) e Campina Grande (PB). A expansão é parte de um plano de investimentos por meio de parceiros que — só no Rio de Janeiro — totaliza quase R$ 700 milhões em novos hotéis da Accor até 2017. Embora a companhia não tenha alterado seu planejamento por conta da Copa do Mundo e das Olimpíadas, os jogos de 2016 contribuíram para acelerar a abertura de novas unidades, conta Franck Pruvost, diretor de Operações para as bandeiras Ibis, Ibis budget e Ibis Styles para América Latina e Caribe.

“Estamos complementando a oferta no Rio de Janeiro. Queremos estar em todos os mercados importantes da cidade: Barra da Tijuca, Centro…”, enumera Pruvost. Para 2015, está prevista a abertura de hotéis das bandeiras Ibis e Ibis budget (a antiga Formule 1) no Shopping Nova América, em Del Castilho, zona Norte do Rio de Janeiro. Entre o fim de 2015 e o início de 2016 devem abrir as portas mais duas unidades da bandeira Ibis budget (Copacabana e Botafogo) e um da Ibis (Copacabana), além de uma no Porto Maravilha. O modelo de negócios é o mesmo para todas: os investimentos em ativos fixos ficam a cargo de parceiros, enquanto o gerenciamento e a operação são responsabilidade da Accor. Dos cerca de R$ 700 milhões em projetos no Rio de Janeiro, aproximadamente R$ 342 milhões irão para hotéis da família Ibis.

No Brasil desde 2000, a marca Ibis foi desmembrada posteriormente em outras três para alcançar uma gama maior de clientes, dentro do segmento econômico. A Ibis Styles chegou ao país em abril do ano passado, com uma proposta similar à da marca original, mas decoração e serviços distintos. A diferença mais visível é a escolha de temas específicos que permeiam tanto a decoração como toda a operação. O Ibis Styles Balneário Camboriú, por exemplo, tem um Fusca no lobby e miniaturas do carro da Volkswagen enfileiradas no balcão da recepção. As diárias têm valor similar ao de um hotel Ibis tradicional, com a diferença de que incluem o café da manhã.

A ideia de oferecer hospedagem diferenciada por um preço econômico fez com que a Accor abrisse mão — em parte — da padronização que reina nas unidades Ibis e Ibis budget, construídas sempre a partir do zero para garantir a uniformização da estrutura e da decoração. “É uma forma de garantir que o quarto será 95% igual ao que o cliente iria encontrar em Paris”, explica Pruvost.

Já nos estabelecimentos da bandeira Ibis Styles, a proposta da Accor de um hotel “divertido” permite aproveitar edifícios já existentes, o que abre possibilidade para aquisições de imóveis prontos. Para adequar o prédio, muitas vezes é feito um retrofit — remodelação do imóvel com a incorporação de novas tecnologias mas preservando suas características arquitetônicas. O tema escolhido varia a cada unidade. Em Belo Horizonte, a escolha recaiu sobre o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. “O tema é discutido antes com o investidor e conversado também com o arquiteto”, conta o diretor da Accor.

Dona das marcas Grand Mercure, Novotel e Sofitel, entre outras, a Accor atua com a bandeira Ibis Styles — anteriormente conhecida como All Seasons — principalmente na Ásia e na Europa. No Brasil, o grupo francês mantém uma estratégia de investimento por meio de parceiros. Os desembolsos para construção da infraestrutura hoteleira ficam a cargo de franqueados, investidores e dos compradores de unidades dos chamados condo-hotéis — empreendimentos em que o comprador torna-se proprietário de um, ou mais, quartos e recebe remuneração de acordo com a ocupação. No fim de junho do ano passado, o grupo Accor tinha 3.645 hotéis espalhados pelo mundo, num total de 470.878 quartos, segundo informações veiculadas no site da companhia.

(Rodrigo Carro | Brasil Econômico)

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